Não é de hoje que as pessoas falam sobre o uso de contêineres para desenvolvimento e implantação das aplicações. Um contêiner fornece um ambiente isolado para a execução de um software, garantindo que ele seja isolado do ambiente em que é implantado ou seja ele encapsula um aplicativo e todas as suas dependências, incluindo bibliotecas, frameworks e suas configurações.
A História
O conceito de contêineres tem uma história que remonta várias décadas, com evoluções significativas ao longo do tempo. Podemos dividir a história em duas eras: a antes docker e a era docker.
Antes do Docker
Podemos dizer que o conceito inicial começou a ser desenvolvido com a introdução do comando chroot
no sistema operacional Unix em 1979. O chroot
permitia que um processo fosse executado em um diretório isolado, limitando seu acesso ao restante do sistema de arquivos.
Em 2000 o sistema operacional FreeBSD introduziu o conceito de “jails” baseado no `chroot`, que fornecia um ambiente de execução isolado para processos. Isso permitia a criação de ambientes separados e independentes no mesmo sistema operacional.
Era Docker
Em 2013 veio a revolução do Docker, ele simplificou o processo de criação, distribuição e execução de contêineres. Introduziu o conceito de Dockerfile para facilitar a criação de imagens e um repositório centralizado chamado Docker Hub para compartilhamento de imagens. Com toda a sua simplicidade o Docker se tornou uma plataforma líder em contêineres.
Em 2015 tivemos o surgimento da Open Container Initiative (OCI), ela surgiu diante do rápido crescimento e adoção do Docker. A OCI busca padronizar as especificações dos contêineres para garantir a interoperabilidade entre diferentes implementações.
Em 2017 temos o Containerd lançado pela Docker, Inc como um componente de código aberto. O containerd proporciona uma interface consistente para a execução de contêineres, tornando-a utilizável por outras ferramentas e orquestradores além do Docker. Isso permitiu que a comunidade desenvolvesse soluções personalizadas ou alternativas ao Docker. Desde então, o containerd evoluiu como um projeto independente e é mantido pela Cloud Native Computing Foundation (CNCF), uma fundação que suporta e mantém diversos projetos relacionados à computação em nuvem e contêineres.
Também em 2017 temos o Podman, desenvolvido pela Red Hat, que oferece uma alternativa ao Docker para execução de contêineres. Assim como o Docker, o Podman usa o containerd para realizar as operações de execução e gerenciamento de contêineres.
Características
As características chave dos contêineres incluem:
- Isolamento: Os contêineres utilizam recursos do sistema operacional, como namespaces e cgroups, para isolar processos e recursos, garantindo que um contêiner não interfira em outros contêineres ou no sistema host.
- Portabilidade: Como o contêiner é uma entidade isolada, os contêineres podem ser executados de maneira consistente em qualquer ambiente que suporte a tecnologia de contêiner, independentemente das diferenças entre sistemas operacionais ou configurações.
- Escalabilidade: Contêineres podem ser facilmente replicados e escalados horizontalmente para lidar com variações na carga de trabalho, proporcionando uma abordagem flexível para dimensionar aplicativos.
- Facilidade de Distribuição: Os contêineres podem ser empacotados em imagens, que contêm o aplicativo e suas dependências. Essas imagens podem ser distribuídas facilmente por meio de repositórios, como o Docker Hub, simplificando o processo de compartilhamento e implantação de aplicativos.
Conclusão
O surgimento e a evolução dos contêineres têm transformado a forma como as aplicações são desenvolvidas, implantadas e gerenciadas. Essa tecnologia desempenhou um papel crucial no avanço da computação em nuvem, DevOps e na construção de arquiteturas de micro serviços. Ao longo das décadas, testemunhamos uma revolução no desenvolvimento e implementação de aplicações, com os contêineres emergindo como protagonistas fundamentais.
Em suma, os contêineres são a força motriz por trás de uma revolução na maneira como concebemos, implementamos e escalamos aplicações. Seu impacto perdura, moldando continuamente o panorama da tecnologia da informação.